Cada vez que se quebra o frágil equilíbrio entre segurança e insegurança, aparecem textos, artigos e opiniões para comentar, com maior ou menor atino, os problemas recorrentes da nossa segurança.
Eu prefiro falar de in-segurança, porque faz muito tempo que não tenho me sentido seguro, ao entrar, ao sair, ao cruzar com alguém na calçada, nem ao entrar em casa estou mais seguro.
O fácil seria culpar a policia. É verdade que a migração de uma boa parte dos policiais militares, para outras funções, como os serviços administrativos, o transito, o policiamento ambiental, o serviço de guarda vidas nas praias, o serviço de paramédicos e inclusive o combate ao fogo, que com tanta competência e seriedade é desempenhado por corporações civis, com sucesso. Tem reduzido o numero de policiais para policiamento ostensivo e para os serviços de prevenção.
Tampouco nos fazemos a nossa parte, poucos de nos conhecemos os nossos vizinhos e frente a uma situação suspeita, na maioria das vezes damos graças a Deus que não é conosco e fechamos a janela. Evitamos chamar a policia e nos envolver. Nos bairros em que os vizinhos se conhecem, em que os muros são mais baixos e as portas e janelas ainda permanecem mais tempo abertas que fechadas, o risco de roubos e assaltos é menor, porque as pessoas se conhecem. Pagamos e pagaremos um preço ainda maior, pela nossa omissão e silencio.
Gostaria de deixar no ar um questionamento, quando com 8 ou 9 anos, comecei a brincar na rua, a sair para ir na padaria, a ir a pé para escola, o primeiro conselho da minha mãe, foi: Se você se perder ou alguma coisa lhe acontecer, procure um policial e diga o seu nome, não se preocupe, ele cuidara de você e fique com ele até que nós cheguemos. Alguém de vocês deu um conselho como este ao seus filhos? Porque será, que não confiamos na nossa policia?