Pensamento de hoje

Poder de um lado e medo do outro formam a base da autoridade irracional.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Predios altos "roubam" o sol


Prédios altos "roubam" até 6 horas de sol em SC

Sombra começa às 14h em praias de Balneário Camboriú


Secretário diz que não adiantaria colocar um limite agora, já que restam poucos terrenos disponíveis na orla

LUIZA BANDEIRA
ENVIADA ESPECIAL A BALNEÁRIO CAMBORIÚ (SC)

São 15h e o comerciante Vanderlei Knerek, 41, recolhe barracas e cadeiras que aluga na praia Central, em Balneário Camboriú.


Instalado em frente ao recém-construído edifício Metropolis, de 44 andares, ele vê uma grande sombra se formar no seu ponto, fazendo com que os banhistas deixem a praia ou procurem trechos ainda ensolarados.


Os prédios altos da orla se tornaram os vilões do verão em um dos destinos turísticos mais procurados do litoral de Santa Catarina.


Os edifícios fazem sombra na praia a partir das 14h. "Roubam" até seis horas de sol dos turistas -no horário de verão, as praias costumam ficar cheias até as 20h.


Segundo Carlos Haacke, presidente do sindicato da construção civil do município, os espigões começaram a surgir na década de 80.
A preocupação foi não construir um prédio "colado" ao outro, acabando com a ventilação na orla.


Para compensar perdas com trechos vazios, investiu-se em prédios altos, com mais apartamentos.


Nos últimos anos, disse Haacke, houve uma explosão de prédios altos. O preço dos apartamentos pode chegar a até R$ 7 milhões.

INCÔMODO
Na quinta-feira, a única barraca que ainda restava na sombra do Metropolis era a do motorista Jorge Moreira, 39. Ele havia aproveitado pouco mais de uma hora de sol. "Todos os dias a gente dá o azar de ficar em um lugar com sombra", reclamava.


A argentina Julieta Carradori, 25, disse que tem procurado outras praias.
Já o professor Paulo Fraga, 45, aproveitou a sombra para levar a mãe, que não pode pegar sol forte, à praia.


Não há limite de altura para os prédios na orla, segundo a prefeitura. O secretário de Planejamento do município, Auri Pavoni, disse que não adiantaria colocar um limite agora, já que restam poucos terrenos disponíveis.
Apesar de não ter sido motivado pelo problema da sombra, um projeto para ampliar a faixa de areia na praia -que diminuiu devido ao avanço do mar- é apontado como a única solução.


"Derrubar os prédios é impossível", disse Pavoni.
O problema também atinge outras praias brasileiras, como a de Guarujá, em SP.

Modelo de planejamento urbano

Verticalização

De grande lucidez e bom senso o comentário “Chuvas denunciam modelo de crescimento”, do jornalista Claudio Loetz (coluna “Livre Mercado”, 21/1), ao destacar que as chuvas estão denunciando nosso falho modelo de crescimento. Como especialista em direito ambiental, sempre me posicionei contrário à aplicação dos recuos previstos no Código Florestal dentro da cidade.

Mas estas enchentes diárias me fizeram repensar. Se a verticalização fosse positiva para evitar nossos graves problemas de inundações, São Paulo, uma das cidades mais verticalizadas do mundo, seria um verdadeiro paraíso.

A preservação parcial do verde nos morros de Joinville se deu ao preço da ocupação desenfreada dos mangues, mas os morros correm sério risco diante da pressão imobiliária, como se observa nas gigantescas muralhas de concreto sobre o morro atrás do antigo Anthurium Parque Hotel.

As cercanias das ruas Jacob Eisenhut e Otto Boehm também estão sendo impermeabilizadas pelo concreto dos prédios, da via ao topo dos morros. Parafraseando Loetz, é hora de agir pensando no bem-estar coletivo e não nas vantagens imediatas.

Estamos destruindo Joinville. A continuarmos nesta marcha, nossos netos vão querer se mudar daqui, como 51% dos paulistas sonham abandonar sua antes bela capital.

Carlos Adauto Virmond Vieira
Joinville

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Reunião da Associação de Moradores em Fevereiro

Será no próximo dia 1 de fevereiro a primeira reunião do ano. As 19:00 horas, no MAJ (Museu de Arte de Joinville)

Participe da reunião da associação. Esperamos você.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Fauna silvestre viceja no verde do Bairro

O Bairro América mantém ainda importantes áreas verdes privadas. Nestes espaços e nos jardins das residências é comum encontrar animais da fauna silvestre que se desenvolvem bem num ambiente natural ainda preservado a pesar de ameaçado.

Na imagem, um Jacu, num pé de Ipê.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Chuvas, enchentes e avisos

A Coluna Livre Mercado do jornalista Claudio Loetz publica duas notas que reproduzimos em azul

  • CHUVAS DENUNCIAM MODELO DE CRESCIMENTO

As chuvas na noite de quarta-feira e de ontem causaram estragos pessoais e econômicos raramente antes percebidos em Joinville. Em novembro de 2008, demorou quatro dias para ocorrer enchente de gigantescas proporções. Desta vez, foram suficientes só quatro horas para a água atingir espaços que nunca tinham sido atingidos.

Há duas constatações: na região central e em outras áreas, trocou-se o verde de jardins e quintais por cimento e construções. Impermeabilizou-se o solo para se ganhar dinheiro. Uma cidade é um ente vivo, dinâmico, que reage ao que dela querem fazer.

Há algo errado. Joinville mudou de patamar sob aspecto geológico nos últimos cinco anos. É preciso repensar o modelo de desenvolvimento desejado para a Joinville de nossa e de futuras gerações. Cuidar de garantir qualidade de vida para todos implica viabilizar a expansão econômica subordinada a projetos de efetiva sustentabilidade ambiental. Se isto não for feito de forma consciente e rapidamente, o custo econômico de morar e investir em Joinville tornará o município não mais tão atrativo, como ainda é. A hora é de agir pensando no bem-estar coletivo. E não nas vantagens imediatas. Parece retórico, mas colhemos o que semeamos. Então, que sejamos prudentes e sensatos.

Hoje, Joinville é cidade receptiva a migrantes. E está mudando: está em transformação urbanística rápida a exigir criatividade, inteligência, ausência de preconceitos e rigor técnico-científico das autoridades e agentes econômicos.

Em São Paulo, 51% dos moradores sairiam da capital paulista para viver em outra cidade se pudessem. É o que mostra a segunda edição dos Indicadores de Referência de Bem-estar no Município (Irbem), divulgada pela Rede Nossa São Paulo. Claro que este é o caso extremo. Guardadas as devidas proporções, é este caminho que queremos para Joinville daqui a dez, 15 anos?


  • Controle do uso do solo

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) de Joinville, Luiz Carlos Presente, entende que “a elevada taxa de ocupação de uma cidade, em determinados locais, influencia, sim, como um dos fatores importantes para provocar áreas de inundações”. Argumenta que a verticalização é positiva, porque “teremos menos área de terrenos e coberturas da edificação por m² de ocupação”.

Diz que o Sinduscon tem orientado a incorporar nos projetos “a maior quantidade possível de áreas permeáveis”. E reforça: “Políticas públicas, com planejamento, construções de novas obras, manutenções do sistema e, principalmente, o controle do uso e ocupação do solo são fatores determinantes para evitar acontecimentos desagradáveis e manter o bem-estar da comunidade”.

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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O custo da ignorância

Publicado na Folha de São Paulo - Ricardo Young

O custo da ignorância


Em meio às tragédias da semana não faltam acusações. Ora são as autoridades incompetentes, ora é a população temerária, ora é o contingenciamento de recursos, ora são as mudanças climáticas.


Todo mundo tem explicações para tudo; no entanto, não há um conjunto de ações coordenadas que possam afastar o fantasma das tragédias ambientais.
Há fatores macro, sistêmicos e complexos que fóruns mundiais, como as convenções recentemente realizadas em Nagoia e Cancún, estão tentando compreender, entrar em consenso e decidir sobre protocolos globais.


Mas há outros locais e comportamentos sobre os quais podemos agir já e, com isso, evitar o pior e fazer toda a diferença. Dentre esses fatores, destaco duas ignorâncias: a ambiental e a política. Somos muito pouco alfabetizados nas questões ambientais. Não me refiro nem à ignorância inofensiva como a de não saber diferenciar uma sibipiruna de um pau-brasil. Refiro-me à ignorância maior e imperdoável da intrínseca interdependência entre todos os sistemas e espécies da natureza. Convencionou-se que o ser humano é a espécie mais importante e a natureza deve servir às suas necessidades às expensas da comunidade da vida.


Portanto, há uma cultura de apropriação, abuso e desprezo em relação ao meio ambiente, que, somada à ignorância, faz com que o principal resultado da cultura antropocêntrica seja ameaça constante ao meio ambiente em geral e à condição humana, em particular. Não conhecer o meio ambiente e suas dinâmicas e não se comprometer com a vida faz com que nossos aglomerados urbanos assemelhem-se a histórias de horror, palcos de tragédias sem fim e de um desânimo inconsolável quanto ao "Nosso Futuro Comum" (ver Relatório Brundtland).


Outra ignorância que mata é a política. A educação política deveria fazer parte dos currículos escolares desde a mais tenra infância. Cidadania é a condição que define a vida em sociedade, a condição do ser político, agente da dinâmica social. No Brasil, não temos qualquer formação que dê ao aluno os saberes mais rudimentares sobre o funcionamento em sociedade, sobre direitos ou deveres.


Somos literalmente objetos de políticas publicas, hipotecamos direitos aos políticos profissionais e ignoramos nossos deveres primários. Cremos na força do voto e paramos aí, quando o voto é só o passaporte para a cidadania e para a participação política, sua verdadeira jornada. Nossas duas ignorâncias potencializam as tragédias que nos afligem de forma crescente. Permanecemos cegos em busca de um ensaio.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Lei municipal permite reduzir conta de agua aos afetados pelas enchentes

Joinville aprovou a Lei Municipal 6497 /09 que permite reduzir a conta de agua quando o contribuinte tenha sido afetado pelos alagamentos, cada vez mais freqüentes em Joinville e principalmente nas ruas Timbo, Max Colin, Jaragua e adjacentes.

A lei que transcrevemos na integra em azul esta disponível no link: Lei 6497

LEI Nº 6497, DE 10 DE JULHO DE 2009


ALTERA A REDAÇÃO DO ART. 1º, DA LEI Nº 5.830, DE 19 DE AGOSTO DE 2007, QUE DISPÕE SOBRE O CONSUMO DE ÁGUA NOS CASOS EM QUE MENCIONA E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.


A Câmara de Vereadores de Joinville aprovou e eu promulgo a presente lei:

Art. 1º Fica alterado o art 1º, da Lei nº
5.830/07, que passa a ter a seguinte redação:

"Art. 1º Nos casos de aumento de consumo devido a vazamento na rede interna do imóvel, condicionada a eliminação comprovada da irregularidade pelo usuário, bem como nas situações de acréscimo desproporcional de consumo em unidades residenciais comprovadamente atingidas por alagamentos, a concessionária do serviço deverá efetuar a cobrança da respectiva tarifa de água utilizando como parâmetro o consumo médios dos últimos seis (6) meses.

Parágrafo Único - O usuário perderá o direito disposto no caput deste artigo se for comprovada a má-fé ou negligência na manutenção das instalações prediais sob sua responsabilidade, ou se caracterizada a falta de veracidade no requerimento relativo às situações de alagamento." (NR)

Art. 2º Esta lei será regulamentada no prazo de 90 (noventa) dias, a contar da data de sua publicação.


Art. 3º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.


Não existem ainda dados disponíveis sobre quantos contribuintes tem utilizado o beneficio. Para obter o beneficio será preciso solicitar a revisão do valor a CAJ (Companhia Aguas de Joinville).