Pensamento de hoje

Poder de um lado e medo do outro formam a base da autoridade irracional.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A locomotiva da LOT


A LOCOMOTIVA DA LOT-LEI DE ORDENAMENTO TERRITORIAL

Está escrito no Jornal A NOTÍCIA, edição 24.01.2012, para quem quiser ler. Os corredores viários, inicialmente previstos na Nova Lei de Ordenamento Territorial- LOT, fruto da criatividade dos comissários do IPPUJ, sofreram acréscimo.

Nossos ilustres representantes estabeleceram outros eixos viários, contemplando bairros como Aventureiro, Vila Nova, Espinheiros, Boa Vista, São Marcos e Glória

Nunca antes na história de Joinville se viu um retrocesso de conformação de uso do solo urbano, como a Lei de Ordenamento Territorial em vias de aprovação.
 

O ímpeto dos trabalhos na Câmara de Vereadores e a velocidade em aprovar a Nova Lei de Ordenamento Territorial-LOT e respectivas emendas na sessão extraordinária no dia 31.01.2012, são absolutamente avassaladores.

Suas excelências estão trabalhando como uma locomotiva a todo vapor, apresentando emendas ao projeto de lei sem, no entanto, realizar audiências públicas, esquecendo-se da obrigação constitucional prevista no art. 182 da CFRB/1988, no Estatuto das Cidades-Lei Federal 10257-2001 e na Lei Complementar 261-2008, que devem explicações à sociedade, a participação cívica denominada de gestão democrática das cidades

Vamos traduzir: Você, morador numa raio de 100 metros do eixo viário, vai ter que conviver com instalação de indústrias “limpas” numa distância de 200 metros da sua casa e com a verticalização de condomínios, porque alguns edis se valem do discurso fácil, alegando que o modelo da LOT visa “aproximar as pessoas do trabalho”.

Perguntamos: Por acaso se tem notícia que alguma indústria de porte como a Whillpoor, a Fundição Tupy, Wetzel e Multibrás estão pensando em modificar suas respectivas sedes para se localizarem “ próximo aos seus colaboradores”? Olhem em volta de suas casas, nas suas ruas e nos seus Bairros. Imaginem indústrias, distribuidoras, transportadoras e por aí afora. Indústrias necessitam de logística, de sinergia e rapidez para transportar seus produtos e receber a matéria prima. Necessitam de espaço físico para crescimento, instalações adequadas e ergonométricas que atendam as exigências do Ministério do Trabalho e a Legislação Ambiental.

Opa, aí é que está a chave de toda a sabedoria: Se não der indústria, será ótimo para o setor imobiliário e para três ou quatro figurinhas carimbadas desta Cidade.

No Santo Antônio teremos 04 eixos viários, Prudente de Moraes, Dona Francisca, Almirante Jaceguai e Av.Santos Dumont. Vamos enumerar as Ruas que vão sofrer diretamente os impactos com estes eixos viários: Rua Guilherme Koch, Ricardo Landmann,Marcílio Dias, Vênus, Marte, Felix Eizelmann, Guia Lopes, General Polidoro, Catanduvas, Visconde de Mauá, Ernesto Ravache, Caixa da Agua, João Ravache, Carlos Eberhardt, Alexandere Humboldt, Carlos Willy Boehm, Rua Iguaçu, Fredeirico Eick, Professor Ludwig Freitag, Guilherme Lemke. Faltou alguma Rua ou alguém tem dúvida que vão fatiar o Santo Antônio?

Se você é morador destas ruas, restam duas opções: silenciar e aceitar a Nova Lei de Ordenamento Territorial- LOT como está e daqui a alguns anos, eventualmente, ter que vender seu imóvel para investidores, ou juntar-se a nós, para tentar aprofundar a discussão deste projeto mais alguns meses no parlamento municipal. Mas não se iludam, o Poder Executivo está, nos bastidores, colocando lenha nesta fornalha. Quer liquidar a fatura logo.

Até a comunidade do Bairro Atiradores que trabalhou um ano para obter uma emenda diminuindo a verticalização, de 08 para 04 andares, está usando um nariz vermelho. A emenda permitindo gabaritos de 08 andares está lá, contrariando a vontade popular, independente da realização de inúmeras audiências públicas ao longo de 2011.

Estamos em pleno ano eleitoral e vamos registrar cada voto no dia 31 de Janeiro e, quando ingressarmos na cabine eleitoral no segundo domingo de outubro, daremos o troco àqueles que votaram contra a Cidade de Joinville.Somos responsáveis não só pelo que fazemos, mas pelo deixamos acontecer à nossa volta

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O caminho das águas é a solução


O caminho das águas


Ao lermos hoje a coluna do articulista Jefferson Saavedra[1], chamou a atenção a divulgação de uma brilhante ação institucional do Poder Executivo contra os alagamentos, a chamada “rota de fugas das águas”.
A idéia cintilante dos Comissários é divulgar aos motoristas,  pedestres e moradores, roteiros para escapar dos alagamentos, a chamada “via alternativa para fugir de regiões alagadiças”.
É uma espécie de manual dizendo:morador da Rua W, região de alagamentos no Bairro Santo Antônio, pegue a Rua X e o entroncamento da Rua Y para chegar em casa, comprar pão, ir ao Supermercado....
Qual é a utilidade disto? Será que os comissários não imaginam a existência de locais- que historicamente sofrem com inundações- nos quais o deslocamento só pode ser feito através de barcos ou veículos de porte, como caminhões e ônibus, em períodos de chuvas fortes?
Estamos falando de ruas onde pessoas ficam ilhadas temporariamente. Ninguém entra e ninguém sai, como se observa na foto abaixo obtida em dezembro de 2011, na Rua Guia Lopes.


E o que dizer das regiões em que o índice de permeabilidade é quase zero-trocando em miúdos- levam 3h, 6h , ás vezes 12h para a água baixar.
Se o Poder Público sabe exatamente, a nominata de ruas e regiões alagadiças de Joinville, porque insiste em autorizar a construção nestas áreas, gerando adensamento e impermeabilização do solo?
Qual o propósito de divulgar rotas alternativas em regiões de alagamentos nos Bairros, se os próprios moradores sabem perfeitamente o itinerário nestes momentos difíceis.
Não seria mais razoável fazer uma campanha, esclarecendo a população acerca da importância de evitar o contato humano com águas pluviais, diante do fantasma da leptospirose?
Não basta por si só o documento oficial denominado de Mancha de Inundação do IPUUJ, divulgado em abril de 2010?.
Recusamo-nos a acreditar que a divulgação deste roteiro venha substituir o enfrentamento do grave problema de alagamentos nos Bairros de Joinville, que demandam a realização de obras de infra-estrutura, limpeza preventiva das bocas de lobo, desassoreamento do Rio Cachoeira e seus tributários.
Mas, quando ocorrer a divulgação da “rota de fuga de águas” teremos uma única certeza : o deboche institucionalizado chegou para ficar.
É o fim...
Texto da Associação de Moradores do Bairro Santo Antonio 

[1]FUGA DAS ÁGUAS Estão sendo montados pela Prefeitura de Joinville roteiros para tentar escapar dos alagamentos. São rotas alternativas a serem sugeridas para os motoristas usarem quando determinadas ruas alagarem – geralmente são as mesmas. Campanhas vão mostrar por onde dá para escapar da água  Jornal A Noticia, edição 1373, acesso em 17.01.2012,no endereço http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a3633766.xml&template=4191.dwt&edition=18798&section=941