Pensamento de hoje
Poder de um lado e medo do outro formam a base da autoridade irracional.
sábado, 22 de dezembro de 2007
Sem comentarios
Vale a pena compara o espaço que ocupam o mesmo numero de pessoas em bicicleta, em carro ou utilizando transporte coletivo.
A imagem, não deixa espaço para duvidas, porque não priorizamos, de verdade, as ciclovias em Joinville, é um mistério. Como sempre muito discurso e pouco resultado.
CICLOVIA INSENSATA
Alguém diria: tanto falaram em priorizar pedestres e ciclistas e agora vão condenar a ciclovia, ou melhor, ciclofaixa na Rua Otto Boehm. Pois bem, de forma sorateira, a Prefeitura iniciou a pintura da rua Otto Boehm neste último sábado (22 de dezembro) e, como já havia anunciado, vai mesmo colocar uma ciclofaixa numa via de sentido duplo. Chego à conclusão que não existe mesmo ninguém competente na administração para tratar de mobilidade urbana nem mesmo das questões mais óbvias e sensatas que envolvem segurança e engenharia de tráfego pois, será instalado o caos nesta via em que a Prefeitura faz olhos grossos ao uso abusivo das faixas de recuo para estacionamento, libera atividades geradoras de tráfego sem áreas mínimas de estacionamento e, com a sua habitual miopia, desafia a inteligência, colocando pedestre, e agora ciclistas (se houverem), em constante risco de vida, além de tumultuar mais uma vez o cotidiano da cidade. Não obstante a este fato, foram usado centenas de milhares de reais para asfaltar uma rua já pavimentada, sendo que os passeios são uma verdadeira vergonha. Não há como concordar com este tipo de ação ou atitude que nada tem haver com planejamento nem com mobilidade, pois afirmo que não existe nenhuma avaliação técnica de viabilidade técnica nem social desta solução. Certamente todos os moradores serão contrários ou, na pior das hipóteses, reticentes a solução. Assim, mais uma vez a administração municipal toma atitudes autoritárias e burras, sem o menor respaldo da população. Acho que as coisas estão passando da conta. Não bastam todas as incorreções e equívocos já adotadas no trânsito da cidade que nos penalisam diariamente, que causam prejuizos materiais e humanos e que atrasam o desenvolvimento da cidade sem qualquer reavaliação, sem qualquer consulta, sem qualquer respeito ao cidadão. A cidade virou a casa da mãe joana na mão de um bando de incompetentes que se fazem valer do poder de seus cargos, que são pagos por nós cidadãos, para brincar de governar. A sociedade cala-se e os desmandos proliferam-se. Comos diz um nobre empresário local: "Joinville já foi!".
Sérgio Gollnick - Arquiteto Urbanista
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
Verticalização da Cidade
A Associação de Moradores e Amigos do Bairro América, que há 12 anos defende as zonas residenciais exclusivas unifamiliares, manifesta sua posição com relação ao tema “Verticalização da cidade”.
“A lógica da ação governamental é assegurar um futuro em que se harmonizam os sonhos da população com os meios da economia. É a função imprescindível e antipática de conciliar o interesse privado com o interesse coletivo”, escreveu o economista Cláudio de Moura Castro. “Perdemos a noção de que há um espaço próprio para o mercado, para o laissez-faire e para a ação do Estado. Urbanismo racional não é deixar acontecer, satisfazer os interesses econômicos mais fortes ou deixar o mercado decidir. O mercado selvagem é autofágico, destruindo o próprio resultado econômico da construção abusiva a das demais. O bairro maior que suas vias de acesso é péssimo investimento imobiliário. O interesse coletivo manda disciplinar o uso do solo e delimitar a ação do mercado de fato, nos países mais democráticos, os controles são duríssimos.”
Pensando nisso, sobre o público e o privado, é dever do Estado proporcionar infra-estrutura adequada para que a cidade cresça ordenadamente, com planejamento e ações governamentais que garantam adequadas condições de moradia, trabalho, assistência social, segurança e lazer para seus cidadãos, qualidade de vida.
Pensando no público, induzir a verticalização quer também dizer demandar menos uso dos recursos financeiros arrecadados a serem revertidos em investimentos de infra-estrutura. Pensando em privado, é sua obrigação respeitar as leis ao atender suas demandas.
Joinville precisa cuidar de sua herança cultural, arquitetônica e social. Precisa repensar seu crescimento e fazer uso dos instrumentos legais já existentes que forcem a ocupação de áreas de especulação imobiliária, de espaços vazios que poderiam ser desapropriados transformando-os em áreas de lazer e de embelezamento da cidade, que precisa ser arejada, a verticalização impede o deslocamento de ar aumentando a temperatura.
Pensando no status das ZR1, que são hoje um exemplo de cuidado e qualidade de vida para a cidade, apontamos o seguinte:
- A qualidade de proximidade do centro é característica atrativa para moradia de cidadãos joinvilenses, comprovada pela grande procura de imóveis residenciais multifamiliares a exemplo das ruas Lages, Tijucas, Orestes Guimarães, Jacob Eisenhuth, XV de Novembro e outras.
- Lembra que cabe ao Executivo, ao defender o novo Plano Diretor, justificar as propostas, o efeito das alterações sobre o todo. O número e a localização das áreas centrais comerciais hoje determinadas e sub-utilizadas, é um dado relevante.
- A Associação de Moradores e Amigos do Bairro América defende a manutenção das zonas residenciais exclusivas unifamiliares de Joinville (ZR1). Fundada em 8 de novembro de 1994, por iniciativa de Heleny Mendonça Meister e Ingrid Colin Lepper e demais diretores, sempre buscou o cumprimento da Lei Municipal de Uso e Ocupação do Solo nº. 27/96, defendendo o bem comum. Entende que os interesses coletivos devem prevalecer aos individuais e espera que se possa contar com a ética, sensatez, responsabilidade, capacidade e eficiência das pessoas que legislam e executam as leis em nossa cidade. Expõe algumas questões importantes com relação ao novo Plano Diretor em estudo:
1. O estudo de impacto sobre a
Vizinhança (Estatuto das Cidades, Lei
Federal 10.257 de 10 de julho de 2001)
provocado pelas alterações do Novo
Plano que afetem o uso e ocupação
do solo;
2. O adensamento demográfico que está
sendo proposto;
3. Aspectos histórico-culturais de regiões
consolidadas;
4. Qualidade de vida;
5. Segurança.
Uma Joinville mais verde, a Agenda 21
Jordi Castan
(paisagista e vice-presidente
da Associação de Moradores
e Amigos do Bairro América)
Quando Joinville elaborou a Agenda 21, fez a sua opção e contraiu um sério compromisso com o seu futuro, estabeleceu as bases de uma cidade mais humana, mais verde e mais sustentável.
Quando fez o seu Planejamento Estratégico, construiu o seu compromisso com uma Joinville com mais qualidade de vida, melhor para os joinvilenses, nascidos aqui ou vindos de fora.
Agora precisamos fazer a nossa parte, não podemos esperar o poder público, a nossa cidade deve ser construída a cada dia por cada um de nós.
Os moradores do bairro América têm feito também a sua opção por uma cidade melhor. Através de uma associação, têm começado o trabalho de pensar que é possível um bairro melhor, com mais verde, com espaços para os cidadãos, com parques e praças, com mais árvores, com ruas mais seguras.
Mesmo contando com alguns espaços verdes importantes, como o morro onde a Antarctica captava a água para produção na época da melhor cerveja do Brasil, ou o Cemitério do Imigrante, ou ainda da área da família Schmalz, na rua Marechal Deodoro, afortunadamente tombada e com o seu entorno constantemente ameaçado pela especulação imobiliária.
As ruas são arborizadas, apesar de muitas árvores se encontrarem em estado precário, o bairro permite a caminhada tranqüila (entre uma calçada ou outra em péssimo estado de conservação ou nenhum), porém sem praças e espaços públicos para o convívio e o lazer. O bairro precisa reivindicar melhorias. Ciclovias, parques e espaços para os menores inexistem no bairro, e a única praça existente na rua Benjamin Constant, se encontra abandonada há mais de uma década, apesar das propostas e das reivindicações da Associação, que inclusive elaborou um projeto e o doou à Prefeitura para a recuperação daquele espaço.
Chegou o momento de dizer claramente que a nossa opção é pela Joinville da Agenda 21, pela Joinville do Planejamento Estratégico, que queremos que saia do papel para ser uma ferramenta de desenvolvimento, pela Joinville do futuro, para as gerações futuras.
Esta Joinville verde, com as suas ruas arborizadas, com os seus jardins, com ciclovias, com espaços para o lazer e para o convívio. Queremos fazer do América um modelo de bairro, sustentável, com qualidade de vida e mais humano. Um modelo para compartilhar com todos os joinvilenses. Participe da nossa Associação e conheça o projeto América Verde.
A relação do ser humano com o meio ambiente é complexa. Ao transformar o meio ambiente, transforma a si mesmo. O problema ambiental e a qualidade de vida são questões intimamente relacionadas com a concentração humana, que quanto maior, mais baixa a qualidade de vida.
A frágil e deteriorada qualidade de vida está diretamente ligada à qualidade da participação popular nos assuntos de interesse coletivo.
Não nos verguemos diante de desafios, sigamos o exemplo recente de moradores do Bairro Atiradores de Joinville, que derrubaram uma Lei Municipal que permitiria a construção de um cemitério vertical em área residencial.
Semeemos boa ventura, pequenas e simples atitudes de cada um que fazem juntas uma grande diferença!