Pensamento de hoje
Poder de um lado e medo do outro formam a base da autoridade irracional.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
A partir de uma ideia de Winston Churchill
O projeto que o Jornal A Noticia, esta liderando em parceria com os demais veículos do grupo RBS, para que Joinville possa definitivamente ter um parque publico adequado, conta com o apoio da Associação de moradores do Bairro América.
Desde a sua constituição faz mais de uma década, a nossa associação, defende um conceito de cidade mais verde, mais humana, mais permeável e principalmente com maior qualidade de vida.
A implantação de corredores verdes, de ciclovias adequadas, com segurança e especialmente a recuperação e a implantação de um projeto da arborização urbana, são bandeiras desta associação.
Um parque publico voltado as pessoas, que atenda os anseios e as necessidades da população. De fácil acesso e voltado ao lazer é uma prioridade para Joinville.
Lamentavelmente, nenhuma das administrações municipais da ultima década, tem colocado como uma prioridade este projeto.
Só no América, temos hoje, alguns espaços públicos abandonados, como o morro da Antartica, pulmão verde, que apresenta elevado nível de abandono e a área que pertenceu a família Schmalz, localizada na rua Marechal Deodoro, alem do Jardim do MAJ ( Museu de Arte de Joinville) por citar só algumas das areas publicas, que a prefeitura tem negligenciado sistematicamente.
Um parque para Joinville deve ser um projeto de todos e o parque deve ser um parque para todos.
segunda-feira, 7 de abril de 2008
O Espaço Publico
Isto é o resultado da inexistência de boas políticas urbanas e de práticas democráticas. Não somos modernos e atuais, por isto propiciamos uma construção social individualista. Isto não se revela nem se configura a partir do nada, é sim uma construção histórica, que vem sido alinhavada ao longo do tempo pela configuração de uma estrutura econômica e social de exploração do outro. Como agravante, vivemos um período de invenções intelectuais e técnicas, desenvolvidas, principalmente, para se tirar proveitos, criando um domínio muito perigoso focado unicamente no poder político.
O aliciamento oficial da consciência coletiva tem gerado grande apatia e falta de criatividade fazendo crer num falso bem estar, resumido na concentração do poder político em poucas mãos. Expomos diariamente conflitos e aumento de demandas sociais refletidas em diferentes âmbitos da sociedade, principalmente no que diz respeito ao contexto da cidade legal. As formas de domínio de uma cidade são muito abrangente, que se iniciam nas práticas políticas, passando pelas econômicas, sociais e que terminam, em Joinville, com a violação contínua do espaço público da cidade. Este espaço público é o espaço pertencente à coletividade onde se deveria praticar o encontro, o livre acesso, as trocas sociais, a construção da memória coletiva expressas, de forma bem simplista, pelos parques, pelas praças, pelos passeios, por calçadões, pelas ruas, por lugares de convívio onde se permitam o lazer o ócio, onde se postam os conflitos geradores de expressão e que proporcionam a troca cultural e comercial.
Estamos cada dia mais distantes desta oportunidade e acabamos nos conformando com lugares “produzidos”, com nomes pomposos como “vias temáticas” que tem como único propósito garantir o retorno econômico à iniciativa privada, focados num entretenimento de duvidosa qualidade e padrão. Precisamos entender que o lugar público no espaço da cidade é aquele a que todos têm acesso sem custo financeiro direto. Utilizar o dinheiro público e o planejamento oficial para transformar áreas da cidade apenas como espaços e meio de trocas econômicas é um dos equívocos “estratégicos”
Nossos espaços públicos, que deveriam ser planejados e administrados pelo poder municipal, têm sido alvos de intervenções por agentes externos, como por exemplo, especuladores imobiliários ou grupos ligados à especulação comercial, que se locupletam com o poder estabelecido passando por cima de leis, códigos de ética, do espírito de coletividade, impondo seus interesses sobre alterações ou usos dos espaços públicos visando somente o maior crescimento econômico individual. Isto é, para mim, uma forma de corrupção do espaço urbano público que é incabível e inaceitável. O mundo moderno de acesso a tudo e de tantas facilidades deve nos permitir um novo olhar, fazendo voltar a pensar e a querer novos conceitos de espaço, espaços ambientalmente saudáveis e seguros, com explícito privilégio ao pedestre e ao deslocamento coletivo, cada qual com seu lugar especifico sem uma concorrência espacial e desleal. Precisamos urgentemente de uma qualidade ambiental da vida urbana e de uma lógica mais humanista e ambientalmente saudável criando, conquistando e qualificando os espaços destinados à circulação de pedestres como as nossas calçadas, parques, praças, calçadões e todo tipo de ambiente que proporcione a interação social.
Este será um dos desafios para que em nossa cidade se possa exercer a cidadania plenamente e que ela seja realmente boa para se viver.
Sérgio Gollnick
Arquiteto e urbanista
2R 413855
Tel. 99746975