O jornalista Roelton Maciel assina o texto.
Uma rua, três realidades
Na Timbó tem chão batido, calçamento e asfalto. Tudo em 1,5 quilômetro
Se alguém protestar contra uma rua de Joinville formada por trechos de chão batido, calçamento e asfalto, provavelmente estará reclamando da rua Timbó, no bairro América. São três diferentes realidades em 1,5 quilômetro, entre a João Colin e a Alceu Koehntopp. Com direito a buracos, poeira, lama e alagamentos quando chove.
A vizinhança ouve discursos que prometem completar o asfalto e acabar com as cheias naquela região há mais de dez anos. Mas passam campanhas, mudam governos e os transtornos continuam. “Fazem nove anos que a gente mora aqui. Desde que chegamos, os políticos prometem acabar com essa situação”, reclama o aposentado Atsuchi Tsutsui, 75 anos. Ele mora num trecho de asfalto, mas que está todo esburacado e cheio de desníveis.
Quando o problema não é a poeira, é o nível do rio Morro Alto que preocupa. Ele passa ao lado da rua. Por isso, basta uma sequência de chuvas para que o rio transborde.
“Já perdi as contas das vezes que a rua ficou debaixo da água. Às vezes nem precisa chover pra inundar”, critica a moradora Fátima Dionísio Diniz, de 59 anos. Na opinião dela, os imóveis da rua são desvalorizados pela situação.
“Essa é uma região nobre. Mas imagina se alguém vai querer negociar uma propriedade por aqui sabendo desses problemas com pó e enchente?”, questiona Fátima. A esperança de que o asfalto chegue à rua toda sem ser encoberto por novas cheias está em um projeto bancado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O pacote prevê a pavimentação da Timbó e outras ruas da região – num total de quatro quilômetros –, substituição das cinco pontes entre as ruas dos Atletas e Costa e Silva, além da colocação de galerias no rio, obras de microdrenagem (tubos) e plantio de árvores. O custo das obras será de R$ 21,7 milhões.
roelton.maciel@an.com.br
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