Pensamento de hoje

Poder de um lado e medo do outro formam a base da autoridade irracional.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Uso do solo

Uso do solo

Começa agora a discussão sobre a Lei de Uso e Ocupação do Solo que deve fazer parte do Plano Diretor de Joinville. Como esta é uma lei que irá interferir no dia a dia dos joinvilenses, é normal que os interessados, uns mais e outros menos, fiquem alertas às discussões.


Outro dia, li que um vereador disse que este processo levará a uma guerra, rua a rua, na definição do que poderá ou não ser feito em cada uma delas. Dentro do que se tem estudado, acredito que não se poderá deixar, no último momento, de se discutir rua por rua. Mas no último momento – e não como guerra!

Para iniciar a formulação da lei, tenho a convicção de que o processo deve começar analisando-se e entendendo-se o macro, ou seja, tendo-se a visão da cidade como um todo e pelo olhar de todos. Como queremos viver a nossa cidade no futuro?

Para responder a isto, teremos que definir nossos objetivos, baseados no conhecimento que temos de nossas deficiências e potencialidades e embasados no que os joinvilenses pensam e querem.

Provavelmente, serão sugeridas audiências públicas que não serão prestigiadas pela grande maioria e, por isso, sugiro, como vi em Barcelona, que se faça um questionário sobre os problemas que serão debatidos, para que todos recebam em casa e participem respondendo. Depois de tabuladas as respostas, se terá a direção do que a maioria deseja.

Observar a cidade como um todo pelo olhar da população e, após, traçar o que se deseja para ela, definindo para onde ela deve crescer, as ligações e os modais de mobilidade, de quais equipamentos urbanos necessitamos e o padrão de cada um, onde eles se situarão, onde ficarão as indústrias, o comércio, as residências e se verticalizamos e adensamos ou não.

Ter como primazia acabar com as desigualdades existentes entre os bairros, ou melhor, evitar que os bairros tenham categorias diferentes.

Se entendermos isto como base antes de começarmos a guerrear e retalhar a cidade, escorados no senso comum e não em vaidades e interesses pessoais, poderemos fazer uma ótima Lei de Uso e Ocupação do Solo.

Alguém vai contestar dizendo que isto é o óbvio. Peço desculpas pelo óbvio, mas entendo que as vaidades o escondem e é por meio dele que se pode ver muitas coisas que não enxergamos quando confiamos demais na nossa suposta sabedoria.

hans.moraes@gmail.com

ANSELMO FÁBIO DE MORAES, MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL

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