Pensamento de hoje

Poder de um lado e medo do outro formam a base da autoridade irracional.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Cidade sem lei

Cidade sem lei

Parafraseando nosso presidente, “Nunca antes na historia de Joinville...” Sinceramente começamos a acreditar que nunca antes vivemos um período em que a falta de ética, de moral e de valores cívicos, tenham estado mais presentes na vida desta Joinville outrora pacata, ordeira e trabalhadora.

A facilidade com que se mudam leis, se permutam imóveis e se dispensam licitações, para beneficiar a uns e outros geram insegurança para os cidadãos.

É triste que Joinville esteja na pauta quase diária do Ministério Publico, por situações que poderiam ser evitadas, se o planejamento, a organização e a transparência fossem de novo a nossa prática diária.

Mais graves são as constantes alterações das legislação de uso e ocupação do solo, que hoje estão deixando a cidade convertida numa colcha de retalhos e fazendo do planejamento urbano um quadro inadministrável e caótico. A implantação de uma torre de 15 andares em desacordo com a legislação municipal, representará um novo pólo gerador de trafego, numa região que hoje já enfrenta problemas muito graves. A demanda de alteração da legislação para a implantação de um Centro Comercial em local não permitido, exige um estudo de impacto sobre a vizinhança prévio, previsto em lei federal.

O que é mais grave as alterações contam com o beneplácito e o estimulo das autoridades municipais, que com sua atitude convertem a Joinville numa cidade sem lei. O resultado desta situação é uma Joinville que cresce desordenadamente ao bel prazer e de acordo com interesses pontuais e particulares. Um navio a deriva que avança sem rumo.

sábado, 3 de maio de 2008

O Binario das ruas Conselheiro Arp e Jaragua

O Binário das ruas Max Colin e Timbó

Ao não fazer o que é necessário e fazer só o que é possível, a prefeitura municipal implantou sem os estudos necessários os binários das ruas Conselheiro Arp e Jaraguá e das ruas Marechal Deodoro e Lages, com a alteração do fluxo de tráfego. A obra que é um remendo, para tentar substituir o binário previsto entre as ruas Max Colin e Timbó. O numero de acidentes, com danos materiais nos cruzamentos destas ruas, especialmente na Rua Conselheiro Arp, supera o bom senso e evidencia do errado da decisão.
A Associação de moradores do Bairro América, informa que nos primeiros 30 dias, foram mais de 8, inclusive com a destruição de um muro e danos materiais a veículos.
O binário que deve ser implantado é o que envolve as ruas Max Colin e Timbó, previsto já desde 1973, e nunca executado.

Hoje inclusive, um supermercado foi construído no que seria o próprio binário, comprometendo definitivamente a sua implantação. A reivindicação permanente desta associação é a priorização da implantação do binário que foi planejado e a solução definitiva das enchentes do Rio Morro Alto.

Como esta o nosso verde?

Uma bela imagem da arborização urbana de Lisboa, sempre bem mantida e respeitada pela população.
é interesante verificar a proporção que existe entre a altura dos predios e a das arvores, gernado um equilibrio importnate e contribuindo para a manutenção da escala humana.
Aqui por enquanto, nem manutenção é feita das arvores.

Um parque para Joinville

É hora de unir esforços, para que Joinville possa ter uma parque digno deste nome.
veja este link Um Parque para Joinville (3)
É difícil acreditar que da administração municipal atual possamos esperar alguma coisa, nas áreas de qualidade de vida. Definitivamente esta não é uma preocupação desta equipe de governo.
Das propostas que a Associação de moradores apresentou ao prefeito municipal me audiência, no dia 6 de Novembro de 2007, o numero de reivindicações atendidas é ZERO.
O que evidencia o elevado nível de atenção que merecem as solicitações desta associação de moradores por parte do nosso atual alcaide municipal.
Que alias é morador da rua Lages no Bairro America.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

A partir de uma ideia de Winston Churchill

" Damos forma a nossos espaços públicos, depois nossos espaços públicos formam a nossa forma de ser."

O projeto que o Jornal A Noticia, esta liderando em parceria com os demais veículos do grupo RBS, para que Joinville possa definitivamente ter um parque publico adequado, conta com o apoio da Associação de moradores do Bairro América.
Desde a sua constituição faz mais de uma década, a nossa associação, defende um conceito de cidade mais verde, mais humana, mais permeável e principalmente com maior qualidade de vida.
A implantação de corredores verdes, de ciclovias adequadas, com segurança e especialmente a recuperação e a implantação de um projeto da arborização urbana, são bandeiras desta associação.
Um parque publico voltado as pessoas, que atenda os anseios e as necessidades da população. De fácil acesso e voltado ao lazer é uma prioridade para Joinville.
Lamentavelmente, nenhuma das administrações municipais da ultima década, tem colocado como uma prioridade este projeto.
Só no América, temos hoje, alguns espaços públicos abandonados, como o morro da Antartica, pulmão verde, que apresenta elevado nível de abandono e a área que pertenceu a família Schmalz, localizada na rua Marechal Deodoro, alem do Jardim do MAJ ( Museu de Arte de Joinville) por citar só algumas das areas publicas, que a prefeitura tem negligenciado sistematicamente.
Um parque para Joinville deve ser um projeto de todos e o parque deve ser um parque para todos.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

E os pedestres como ficam?


Rua Max Colin - Bairro America - Joinville - SC

O Espaço Publico

São poucas cidades com as características semelhantes à Joinville onde imperam praticas e demandas particulares sobre as da coletividade. Aqui exercitamos, com muita capacidade, a cultura do legislar em benefício de poucos resultando em desqualificação das regras nas relações sociais. De tantas deficiências que a cidade apresenta, a falta de espaços públicos destinados à população é uma das mais críticas, praticamente inexiste ou pior, paulatinamente os espaço públicos deixam de existir quando se avalia a relação da taxa de urbanização com a disponibilidade destes espaços.

Isto é o resultado da inexistência de boas políticas urbanas e de práticas democráticas. Não somos modernos e atuais, por isto propiciamos uma construção social individualista. Isto não se revela nem se configura a partir do nada, é sim uma construção histórica, que vem sido alinhavada ao longo do tempo pela configuração de uma estrutura econômica e social de exploração do outro. Como agravante, vivemos um período de invenções intelectuais e técnicas, desenvolvidas, principalmente, para se tirar proveitos, criando um domínio muito perigoso focado unicamente no poder político.

O aliciamento oficial da consciência coletiva tem gerado grande apatia e falta de criatividade fazendo crer num falso bem estar, resumido na concentração do poder político em poucas mãos. Expomos diariamente conflitos e aumento de demandas sociais refletidas em diferentes âmbitos da sociedade, principalmente no que diz respeito ao contexto da cidade legal. As formas de domínio de uma cidade são muito abrangente, que se iniciam nas práticas políticas, passando pelas econômicas, sociais e que terminam, em Joinville, com a violação contínua do espaço público da cidade. Este espaço público é o espaço pertencente à coletividade onde se deveria praticar o encontro, o livre acesso, as trocas sociais, a construção da memória coletiva expressas, de forma bem simplista, pelos parques, pelas praças, pelos passeios, por calçadões, pelas ruas, por lugares de convívio onde se permitam o lazer o ócio, onde se postam os conflitos geradores de expressão e que proporcionam a troca cultural e comercial.

Estamos cada dia mais distantes desta oportunidade e acabamos nos conformando com lugares “produzidos”, com nomes pomposos como “vias temáticas” que tem como único propósito garantir o retorno econômico à iniciativa privada, focados num entretenimento de duvidosa qualidade e padrão. Precisamos entender que o lugar público no espaço da cidade é aquele a que todos têm acesso sem custo financeiro direto. Utilizar o dinheiro público e o planejamento oficial para transformar áreas da cidade apenas como espaços e meio de trocas econômicas é um dos equívocos “estratégicos” em Joinville. Fomentar a construção de “barzinhos bombados” não proporciona espaços públicos nem qualidade de vida. A resultante econômica privada é ótima, já o ganho coletivo é muito baixo. Isso, altera o sentido de espaço público que se conceitua conforme a funcionalidade que apresenta, perdendo assim a sua referência simbólica.

Nossos espaços públicos, que deveriam ser planejados e administrados pelo poder municipal, têm sido alvos de intervenções por agentes externos, como por exemplo, especuladores imobiliários ou grupos ligados à especulação comercial, que se locupletam com o poder estabelecido passando por cima de leis, códigos de ética, do espírito de coletividade, impondo seus interesses sobre alterações ou usos dos espaços públicos visando somente o maior crescimento econômico individual. Isto é, para mim, uma forma de corrupção do espaço urbano público que é incabível e inaceitável. O mundo moderno de acesso a tudo e de tantas facilidades deve nos permitir um novo olhar, fazendo voltar a pensar e a querer novos conceitos de espaço, espaços ambientalmente saudáveis e seguros, com explícito privilégio ao pedestre e ao deslocamento coletivo, cada qual com seu lugar especifico sem uma concorrência espacial e desleal. Precisamos urgentemente de uma qualidade ambiental da vida urbana e de uma lógica mais humanista e ambientalmente saudável criando, conquistando e qualificando os espaços destinados à circulação de pedestres como as nossas calçadas, parques, praças, calçadões e todo tipo de ambiente que proporcione a interação social.

Este será um dos desafios para que em nossa cidade se possa exercer a cidadania plenamente e que ela seja realmente boa para se viver.

Sérgio Gollnick
Arquiteto e urbanista
2R 413855
Tel. 99746975