Pensamento de hoje

Poder de um lado e medo do outro formam a base da autoridade irracional.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

2010


2010, ano em que a Câmara felizmente sanciona uma lei que consolida o

emaranhado de mudanças ocorridas ao longo de anos na Lei de Uso e Ocupação

do Solo de Joinville, uma colcha de retalhos que esta Lei tinha se tornado após

inúmeras intervenções que comprometiam a compreensão da Lei original, que

foi elaborada com base num planejamento urbano, que foi se modificando para

atender interesses pontuais e especiais, e nunca provido de estudos dos seus

impactos a médio e longo prazos.

Se enganou quem imaginou que depois de árdua espera, debates e audiências

públicas realizadas pela Comissão de Urbanismo da Câmara de Vereadores,

poderia haver sossego, especialmente no que se refere à vigília constante

e incansável quanto à diminuição do tamanho das zonas de uso residencial

unifamiliar (ZR1). Hoje a ameaça paira sobre as ruas Aquidaban, Lages, Marechal

Deodoro e Araranguá.

Enquanto o plano diretor é debatido, a passos lentos infelizmente, sem todas as

leis auxiliares e complementares aprovadas, é inadequado aprovar demandas

eventualmente autofágicas, com impactos negativos já a médio prazo para a

qualidade de vida da cidade.

A história comprova a falta de estudos técnicos adequados enquanto projeto, o

mercado é impaciente, olha apenas através de uma lente, e caberia aos poderes

executivo e legislativo municipais abrir este olhar. Triste é o futuro que se

avizinha para uma cidade que se contenta com ser grande e desistiu de ser

melhor.

Joinville, 2 de novembro de 2010.

Gabriela Maria Carneiro de Loyola

Presidente da Associação de Moradores e Amigos do Bairro América

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