2010, ano em que a Câmara felizmente sanciona uma lei que consolida o
emaranhado de mudanças ocorridas ao longo de anos na Lei de Uso e Ocupação
do Solo de Joinville, uma colcha de retalhos que esta Lei tinha se tornado após
inúmeras intervenções que comprometiam a compreensão da Lei original, que
foi elaborada com base num planejamento urbano, que foi se modificando para
atender interesses pontuais e especiais, e nunca provido de estudos dos seus
impactos a médio e longo prazos.
Se enganou quem imaginou que depois de árdua espera, debates e audiências
públicas realizadas pela Comissão de Urbanismo da Câmara de Vereadores,
poderia haver sossego, especialmente no que se refere à vigília constante
e incansável quanto à diminuição do tamanho das zonas de uso residencial
unifamiliar (ZR1). Hoje a ameaça paira sobre as ruas Aquidaban, Lages, Marechal
Deodoro e Araranguá.
Enquanto o plano diretor é debatido, a passos lentos infelizmente, sem todas as
leis auxiliares e complementares aprovadas, é inadequado aprovar demandas
eventualmente autofágicas, com impactos negativos já a médio prazo para a
qualidade de vida da cidade.
A história comprova a falta de estudos técnicos adequados enquanto projeto, o
mercado é impaciente, olha apenas através de uma lente, e caberia aos poderes
executivo e legislativo municipais abrir este olhar. Triste é o futuro que se
avizinha para uma cidade que se contenta com ser grande e desistiu de ser
melhor.
Joinville, 2 de novembro de 2010.
Gabriela Maria Carneiro de Loyola
Presidente da Associação de Moradores e Amigos do Bairro América
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