Pensamento de hoje

Poder de um lado e medo do outro formam a base da autoridade irracional.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Ninguém merece!

Ninguém merece!

Há alguns meses, aposentei o despertador. Sei o que você está pensando: estou dormindo mais, curtindo mais a vida e me desligando do trabalho rotineiro. Não, meu amigo. Todos os dias, de segunda a segunda, sábado, domingo e feriados incluídos, eu e todos os moradores do meu prédio e da vizinhança, na rua Expedicionário Holz, somos acordados invariavelmente entre 6h30 e 7 horas da manhã pelo barulho da construção de um prédio de 18 andares. Todas as manhãs!

No início, ficamos indignados, imaginando que a construtora estivesse extrapolando o horário permitido, e fomos em comissão reclamar a todas as instâncias do Poder Executivo. Para nossa surpresa, soubemos que tudo estava de acordo com a legislação.

Os códigos de postura e meio ambiente do município, implantados há dez ou 15 anos, permitem que edifícios sejam erguidos de forma ininterrupta. A única coisa que a legislação exige é que a poluição sonora não ultrapasse 60 decibéis (?), em determinados dias e horários.

Para verificar isso, a Fundema seria obrigada a colocar um técnico de plantão em cada obra, durante 12 horas, pois o barulho intenso não é constante. O ruído ensurdecedor de serra elétrica, trator, caminhão, etc. é pontual. Apenas o suficiente para cortar o sono, seja no início da manhã ou à tarde – se num sábado, depois do almoço, você tiver a ideia absurda de descansar.

O mais interessante é que numa madrugada, por volta de 1h30, fomos todos à janela acordados pelo barulho ensurdecedor de um caminhão imenso descarregando um trator igualmente titânico. Isso se repetiu outro dia, às 5h30, com o descarregamento de uma máquina para fazer os buracos da fundação do prédio.

Esse tipo de transporte que atrapalha o trânsito só pode ser feito entre meia-noite e 6 horas da manhã. Incrível, o trânsito não pode ser prejudicado, mas o nosso sossego pode.

Com o atual boom imobiliário, as construções pipocam, principalmente nas zonas residenciais, onde se presume que os moradores tenham alguns direitos ao conforto urbano. O progresso precisa ter limites. Essa legislação, feita sei lá quando nem de que forma, precisa ser revista pelos poderes constituídos, para o bem de Joinville.

elydiniz@edmlogos.com.br

ELY DINIZ, EMPRESÁRIO DE COMUNICAÇÃO

Publicado no jornal A Noticia


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