Pensamento de hoje

Poder de um lado e medo do outro formam a base da autoridade irracional.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Audiencia Publica sobre as Figueiras

Audiência Publica dia 31 de Agosto 19:00 - local Camara de Vereadores


Inicialmente destacar que esta audiência publica não foi convocada por uma iniciativa de nenhum dos representantes do poder publico aqui presentes, que só esta acontecendo por uma exigência do poder judiciário. Sem a sua intervenção as figueiras já teriam sido cortadas faz tempo e este debate não teria lugar.

Destacar que a audiência publica, como tantas outras realizadas nesta casa, não é democrática, não permite um debate amplo e igualitário. A forma como foi organizada privilegia os representantes do poder publico em detrimento da sociedade organizada. Parece lógico que assim seja, porque o que estamos debatendo hoje aqui é resultado de uma sucessão de erros e de incompetências todos eles iniciados e desenvolvidos pelo próprio poder publico e que devera concluir, de acordo com o roteiro previsto, com o corte das figueiras.

A rua Hermann August Lepper foi projetada e executada pela prefeitura municipal de Joinville, pelos seus engenheiros e com os seus equipamentos, os problemas que o talude apresenta, são o resultado de uma obra mal executada e incompleta, sem canaletas difusoras, sem meio fios adequados e sem a estabilização necessária.

As figueiras foram plantadas numa rua publica pela própria prefeitura municipal, a distancia de plantio, as técnicas seguidas e a escolha das plantas foi por tanto da sua única e exclusiva responsabilidade. Posteriormente a SC gás instalou um gasoduto na rua, sabendo da situação do talude e da existência das figueiras, e o fez com a certeza que não representavam nenhum risco para a tubulação de gás. Como de fato acreditamos que não representam. Caso representassem estaríamos frente a um caso gravíssimo de irresponsabilidade.

Com relação as Figueiras objeto desta audiência, dois pontos chamam a atenção, não estão em discussão todas as figueiras benjamina da cidade, nem as do mercado municipal, nem as que se encontram na frente do Fórum ou da Câmara de Vereadores, tampouco as plantadas no Sesi, ou no Big, ou na praça Nereu Ramos, ou em tantas outras ruas e praças. Então devemos deduzir que todas as coisas terríveis que foram aqui citadas sobre estas plantas, se referem exclusivamente as 40, que estão plantadas na rua Hermann August Lepper. Como se trata de plantas do mesmo gênero que as demais citadas, devo entender que o problema não são as figueiras e sim o local. A menos que estejamos neste momento iniciando uma cruzada contra tudo o que não seja nativo.

As afirmações que o plantio de Fícus esta proibido em muitos paises, não é verdadeiro, porem si é verdadeiro que o plantio de Aroeiras, goiabeiras e muitas outras plantas nativas brasileiras esta proibido em vários paises. Não porque sejam nativas são adequadas, do mesmo modo que não porque sejam exóticas devem ser proscritas.

Neste caso voltamos ao inicio do debate. É o talude, a falta de manutenção, o descaso e o abandono contumaz o que tem nos trazido até este ponto. Temos em Joinville capacidade técnica suficiente para salvar as figueiras, o que falta é a vontade de faze-lo.

Se a metade do esforço dedicado a justificar o seu corte tivesse sido empregado para apresentar alternativas para a sua preservação o espírito desta audiência seria outro.

Não estaríamos divididos entre os que são a favor e os que são contrários e sim estaríamos empenhados em buscar juntos a melhor solução.

O poder publico perdeu uma vez mais uma oportunidade de escutar a sociedade e utilizar a sua capacidade e recursos para preservar. Não existe duvida, nem entre os mais acérrimos defensores do corte radical, que outras alternativas, que contemplam a manutenção das figueiras são possíveis. Porem toda a sua capacidade esta direcionada a justificar o corte.

Defendo a manutenção de todas e cada uma das arvores de Joinville e que o município se empenhe num projeto de arborização urbana serio, técnico e adequado. Que seja feita a manutenção da arborização urbana de forma responsável e sistemática.

Um comentário:

  1. Não somos contra tudo que seja exótico, mas algumas coisas dão transtornos porque fogem ao controle, caso contrário estariamos dormindo abraçados com os caramujos africanos, que por não possuírem predadores se proliferaram causando grandes problemas, acho que devemos querer mais do que sombra e nos contentar com pouco, se eu posso ter um ambiente mais rico substituindo as figueiras pq não trocá-las por árvores que agreguem mais? E qual o problema com as nossas plantas Nativas??? Sinto pela falta de planejamento adequado e pelo prefeito LHS na época com seu colega Braulio terem literalmente plantado as ficus na beira rio, isso que dá colocar pessoas que não entendem nada de meio ambiente na presidência da Fundema... Sou Bióloga amo a vida e quero passar na beira rio e ter mais diversidade além de sombra...Segue a minha abordagem sobre o assunto, espero que após a leitura quando passar por uma árvore, não veja somente uma árvore, mas todo conjunto de relações da qual ela participa:

    As Funções de uma Árvore, relacionadas com o Caso das Figueiras Exóticas Ficus benjamina em Joinville/SC
    http://conscienciacomcienciaa.blogspot.com/2009/08/as-funcoes-de-uma-arvore-relacionadas.html


    Bom domingo!
    Daniela Lima

    ResponderExcluir

Obrigado por participar do Blog