Pensamento de hoje

Poder de um lado e medo do outro formam a base da autoridade irracional.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

O futuro de Joinville

Na perspectiva mínima de uma década, como será Joinville em 2020? Mesmo considerando que a cidade vem sendo pensada por centenas de pessoas, além de órgãos institucionais do poder público ou fora dele, é difícil responder a pergunta. Certamente, apesar dos esforços e da consciência coletiva de que a cidade precisa de reformas e consertos, Joinville continuará enfrentando problemas vitais em quase todos os aspectos em que se focar a análise.


Na verdade, o progresso de Joinville, notável e impressionante no último meio século, continuará cobrando seu exorbitante preço em questões fundamentais para a sociedade. Não há almoço grátis. Se Joinville cresce, e cresce ainda de forma sustentável, não há como não pagar o custo. No caso específico de Joinville, um dos preços elevados vincula-se ao meio ambiente. Poluição do Rio Cachoeira e de grande parte das diferentes bacias hidrográficas é um deles. Os outros custos estão aí, escancarados diante da população: insuficiência dos serviços médico-hospitalares; crescimento preocupante da violência, com o tráfico de drogas dominando o cenário de homicídios e criminalidade e, de novo, ocupação de áreas de preservação com fins habitacionais. Entre muitos outros.


Mesmo assim, a leitura que se pode fazer sobre os diferentes cenários de Joinville, continua positiva. Apesar de índices chineses de crescimento econômico, Joinville mantém considerável área verde preservada. Muitos mananciais de água estão preservados. O tratamento de esgoto é baixo, mas existem planos de rápida recuperação. Claro, a administração pública poderia e deveria ser mais eficiente, mesmo assim, é confortável registrar que Joinville está conseguindo oferecer atendimento básico à população na área da educação, e não apenas na área do ensino fundamental. Temos atendimento da infância, do ensino médio e a oferta de vagas no ensino superior é gratificante. Obviamente, nada a registrar em termos de turismo, o grande marketing político dos últimos anos.


Deficiências, culpas e retórica, todas as cidades apresentam. Como aqui, particularmente em razão da pobreza do cenário político que permite, inclusive, a “importação” de forasteiros. Mas apesar disso tudo, Joinville continua mantendo sua boa escrita, superando obstáculos e mantendo a vitalidade, o dinamismo e capacidade de responder aos desafios do crescimento. Em dez anos, certamente estaremos melhores. Depende, em grande parte, da capacidade dos eleitores em selecionar melhor a representação política, fortemente deteriorada nos últimos anos. E de maior participação cidadã de seus moradores.


Apolinário Ternes, jornalista e historiador.

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