Pensamento de hoje

Poder de um lado e medo do outro formam a base da autoridade irracional.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Rui Borba

Que Exemplos deixou este baiano!


Frente a textos complexos, ardilosamente elaborados para ocultar o que é fundamental, ele propunha a simplicidade. Os projetos de lei que ele propunha, transbordavam simplicidade. Coisas fáceis de ler e principalmente de entender. Um ou no máximo dois artigos, nada complicado.

Ele defendia que quanto mais clara a legislação fosse, mas facilmente as pessoas poderiam entender, compreender, conhecer e cumprir.


Frente as hordas de tecnocratas que tem tomado de assalto, não só o nosso legislativo, também toda a estrutura publica, elaborando leis, decretos e normativas que quando em vigor se contradizem umas as outras. Fazendo que as pessoas acabem ignorando as e vivam, ou melhor, vivamos todos na gangorra desenhada pela permanente ilegalidade ou a burocracia amalucada


Ao mesmo tempo em que a nossa legislação municipal se converte numa permanente confusão que permite aos legisladores burlar o espírito da lei, descumprir as obrigações que a mesma lei impõe e ainda tergiversa-la ao seu bel prazer e de acordo com os seus interesses de plantão. A sociedade se afasta cada vez mais, incapaz de seguir as mudanças, de compreender exatamente o próprio texto e o sentido da legislação.


Prosperam neste ambiente de gabinete, de corredores, de muita sombra e pouca claridade, indivíduos menores, pequenos de espírito e pobres de ética, que fazem deste mundo sombrio o seu lar e dele tiram o seu sustento.


Que falta faz, a luz, o sol, a claridade e a simplicidade que o Arquiteto Rui Borba emanava. O cargo de Assessor de Urbanismo da Câmara de Vereadores, dificilmente voltará a ter um ocupante de tanto calibre e idoneidade, não porque não tenhamos profissionais com estas características e sim porque eles não têm hoje a menor oportunidade.


Publicado no Jornal Noticias do Dia

5 comentários:

  1. O Rui Borba foi, para mim, o principal guardeão do Plano Diretor de Joinville de 1973. Rui trabalhou na Secretaria de Planejamento juntamente com o arquiteto Dagoberto Koentopp no governo Pedro Ivo e foi um dos resposnáveis pela formatação e redação do Plano. Após engressar na Camara de Vereadores como assessor de urbanismo, foi responsável por orientar os vereadores sobre as diversas alterações que o Plano sofreu, sempre de forma crítica e responsável embora soubesse que muitas vezes nem mesmos os argumentos técnicos derrubam vontades políticas ou dos interesses. Rui Borba tinha algo que não existe hoje na Camara, nem na Prefeitura, que foi a capacidade de dialogar. Sempre atento aos debates e sempre disposto a participar de discussões abrindo as portas do legislativo para propostas. Nos últimos dias de sua vida, o baiano, que também era meu vizinho, participou de um debate sobre o novo Plano Diretor na Softville e ali expos de forma direta a preocupação de que o plano deveria ter clareza de objetivos, ser de fácil leitura e compreensão para justamente evitar desvios ou os problemas que hoje enfrentamos. Como exemplo, cito dois momentos que expressam parte de seu pensamento na atividade da Camara:

    - Em agosto de 2005 depois da reunião conjunta entre as Comissões de Legislação e Saúde nas instalações do Hospital Materno Infantil Juvenil sobre a alteração no zoneamento da região, os vereadores viram como necessária a formação de uma comissão especial para discutir com os moradores a modificação, obedecendo o Estatuto da Cidade, que prevê o Estudo de Impacto da Vizinhança.

    A primeira reunião da Comissão Especial para Zoneamento em torno do Hospital Materno Infantil Juvenil, foi realizada na sexta-feira (19/08), na qual os representantes expuseram suas opiniões, contrárias. A principal discussão é a mudança de zona residencial para zona comercial, próximo ao hospital.

    O então assessor urbanístico da Câmara, arquiteto Rui Borba afirmou: ''Deve-se evitar a deteriorização de áreas residenciais e o fluxo de veículos em áreas da cidade que não estão preparadas”.

    Ainda em 2005 sobre a expansão do estacionamento rotativo na área central:

    - O arquiteto Rui Borba, apresentou algumas fotos tiradas dos locais, num espaço de tempo determinado, que comprovou pelo número de vagas livres, a não necessidade da cobrança. Ele também questionou o fato da cobrança nessas ruas terem um período de uso de apenas quatro horas, diferente do padrão estabelecido . “Isso não é estacionamento rotativo, é cobrança de pedágio”, enfatizou.

    Este era o Rui Borba que deixa saudades como pessoa, cidadão e profissional ético e responsável com a sua cidade.

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  2. Lindo texto e oportuno.
    A saudade tem o lado bom e o ruim.
    Bom de ter tido no nosso caminho uma pessoa como o Ruy e o ruim de viver a falta.

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  3. Fiquei muito feliz ao ler hoje pela manhã no jornal "Notícias do Dia" sua carta sobre meu grande amigo Rui Borba.

    Até hoje sinto uma saudade enorme dele e se fechar meus olhos consigo vê-lo nitidamente :falando,rindo,resmungando e enchendo o saco dos amigos.

    Obrigada pela lembrança ao maravilhoso trabalho que o Rui exerceu em nossa cidade.

    Abços

    Maithê Brandt

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  4. Raquel Ramos dos Anjosdomingo, abril 26, 2009

    Esta é a verdadeira imagem que nos deixa orgulhosos da lembrança dele.

    Sabemos que o Rui passou toda a sua vida profissional no serviço público, entre políticos de toda a natureza, com coragem e dignidade de não se deixar corromper. O reconhecimento que você vem tornar público, através desta manifestação, é um alento à saudade que temos e nos deixa cada vez mais orgulhosos dele e de sua história de vida.

    Falo em meu nome e em nome dos filhos que tivemos, Vinicius e Bernardo , seus irmãos e todos os seus familiares.

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  5. Prezados leitores deste blog. A pressa em escrever e não deixar que a linha de raciocínio fuja, levou-me a digitar palavras erroneamente. Vi no meu comentário sobre saudoso Rui Borba, alguns erros de português pelos quais peço desculpas. Diria ao Rui que foi um atropelo dos dedos sobre o raciocínio. Obrigado pela compreensão e, o que importa mesmo é o conteúdo da mensagem. Para a Raquel e seus filhos, deixo a mensagem de que o reconhecimento ao profissional talvez venha tarde, mas para quem desfrutou desta fantástica figura humana, o reconhecimento se dá por um profundo sentimento de vazio.

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